Corregedora-geral e defensora pública com atuação no 2ª Grau
“Fui a primeira mulher a dirigir uma penitenciária masculina. Transformei a unidade com meu jeito de ser mulher e defensora. Isso me marcou muito, e, a partir dali, nunca mais quis deixar de ser defensora”
Em 1978, a Defensoria Pública ainda dava os primeiros passos como carreira organizada. Foi naquele cenário de incerteza sobre o papel de uma defensora que Sandra Dond iniciou a trajetória que atravessaria mais de quatro décadas. Ao longo do caminho, fez do atendimento olho no olho uma prática indispensável e levou esse modo de agir para os espaços mais desafiadores da instituição. Em uma penitenciária antes conhecida como “caldeirão do diabo”, conseguiu estabelecer quatro anos de paz, transformando a rotina dentro dos muros com firmeza e acolhimento.
Atualmente titular da 2ª Defensoria Criminal do 2º Grau e hoje no cargo de Corregedora Geral, o último estágio na carreira, já que se aposentará, em breve, aos 75 anos. Circulou por diferentes áreas da instituição e ocupou funções ligadas ao sistema penal e a conselhos estaduais. Em toda essa jornada, afirma reconhecer na Defensoria não apenas um espaço de trabalho, mas “parte essencial de sua identidade”.
Defensoria: O que mudou dentro de você desde a sua primeira atuação como defensora pública?
Sandra Dond Ferreira: Sou do primeiro concurso para a Defensoria Pública. Eu venho da época em que ainda era advogada de ofício. Passei no concurso em 1978 e só assumi em 1983. Então, eu tenho 42 anos de Defensoria Pública.
Vivi diferentes transformações ocorridas dentro da instituição e fui ativa nessas transformações. Lutei por uma Defensoria que hoje é reconhecida por muitas pessoas. Lembro que quando entrei, as pessoas ainda podiam não saber no momento o que era ser advogada de ofício e nem qual era o papel de uma defensora pública.
Defensoria: Há algum caso, em sua trajetória, que a marcou de forma especial?
Sandra Dond Ferreira: Eu, como defensora, sempre fui muito próxima dos meus assistidos, especialmente na área criminal. Um caso que me marcou muito, e que até hoje as pessoas lembram de mim por causa disso, aconteceu de uma forma bem surpreendente. Eu estava ligada à Secretaria da Justiça, e, de repente, fui chamada pelo secretário de Justiça, sem nenhum aviso prévio. Ele me nomeou diretora da unidade prisional masculina. Eu fui a primeira mulher a dirigir essa penitenciária masculina, e aquilo me pegou completamente de surpresa. Na hora, eu disse que aceitaria, mas também não poderia dizer “não” para um secretário de Estado, que era o meu chefe maior na época.
Então, eu aceitei e fui trabalhar na unidade prisional, onde fiquei por um período pequeno, até que fosse nomeado outro. O que me chamou a atenção é que, durante esse tempo, eu me apaixonei pelo Direito Penal. Fui defensora nesse período todo sempre da área criminal. Eu fui para o presídio com a intenção de ficar uma semana e saí de lá quatro anos e oito meses depois. Transformei essa unidade prisional com o meu jeito de ser mulher e defensora, brigando pelos direitos dos meus presos. Conseguimos celebrar quatro anos de paz em uma penitenciária que era considerada o “caldeirão do diabo”.
Isso me marcou muito, e, a partir dali, nunca mais quis deixar de ser defensora. Cheguei a ter a oportunidade de ser juíza, mas não quis. Quis continuar na Defensoria, porque é onde me encontrei.
Defensoria: O que você deixa de mensagem para a próxima geração de defensores?
Sandra Dond Ferreira: O que eu desejo é que meus colegas, tanto os que estão hoje na Defensoria quanto os que virão no futuro, tenham sempre o “sangue verde” correndo nas suas veias. Que eles realmente vistam a camisa da Defensoria, que olhem nos olhos do assistido, que acolham o seu assistido e que saibam que nada substitui um atendimento presencial.
Defensoria: Se pudesse resumir sua história na instituição em uma palavra, qual seria?
Sandra Dond Ferreira: Amor.
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