Defensor público titular da 1ª Defensoria Criminal de Crato ou Defensor público com atuação na Defensoria Criminal de Crato
“ A transformação acontece aos poucos, no dia a dia, impactando a vida de uma pessoa de cada vez. E é nesse processo gradual que conseguimos gerar uma transformação social significativa.”
Primeiro indígena a integrar a Defensoria Pública do Ceará, Francisco Júnior Pankará carrega na trajetória a herança da etnia Pankará, transmitida pela avó materna e a convicção de que o estudo seria um instrumento de transformação. Nascido no interior de Pernambuco, é formado pela Universidade do Estado da Bahia, trilhou um caminho marcado pelo esforço e pela vontade de abrir oportunidades para si e também para os outros. Em 2023, tomou posse como defensor público, momento simbólico para a instituição. Atua como defensor titular do Crato e desde então, tem encontrado na prática cotidiana a confirmação de que a instituição é espaço onde pode exercer, de forma concreta, seu compromisso com a população
Defensoria: O que mudou em você desde a sua primeira atuação enquanto defensor público?
Francisco: Eu acho que o contato que a gente tem com a população extremamente vulnerável, que atendemos, nos dá um senso de mundo muito mais amplo e profundo. A gente acaba absorvendo muitas demandas e, de certa forma, isso nos transforma. Acho que nos torna mais humanos e mais sensíveis a determinadas questões. Mas, é claro, isso também depende de cada pessoa se permitir ser afetada por essas experiências. Para mim, essa questão da humanidade é fundamental no que fazemos.
Defensoria: Há algum caso, em sua trajetória, que a marcou de forma especial?
Francisco: Eu tenho um caso que realmente me marcou e foi o momento em que me entendi como defensor público de fato. Eu estava trabalhando na área criminal e fui designado para defender um réu que havia matado a esposa. Esse foi meu primeiro caso e, sinceramente, foi um dos mais difíceis e horríveis para mim. Eu lembro que demorava muito para fazer as coisas relacionadas à defesa dele, porque era uma situação muito complicada. Ele ficou preso em flagrante, e, durante a prisão, adoeceu. Eu tive que correr atrás de médicos, fazer um monte de coisas para ajudar o caso. No fundo eu sabia que esse era o meu papel como defensor público daquele homem. Foi ali que eu realmente me entendi enquanto defensor, porque, por mais difícil que fosse, eu tinha que cumprir com minha função. Recentemente, estou trabalhando em um caso semelhante, onde a mãe da vítima, que é a avó, foi condenada por omissão em um caso de estupro de vulnerável. Ela vivia em um relacionamento de violência doméstica, tanto patrimonial quanto física e psicológica, e não conseguia compreender, apesar de ter consciência das atitudes do agressor. A minha tese vai ser focada nisso e vamos ver o que acontecerá. Esses são os casos que realmente marcaram minha trajetória até agora porque nos colocam em dilemas da vida real, e a missão se sobressai.
Defensoria: O que você deixa de mensagem para a próxima geração de defensores?
Francisco: Eu acho que, quando a gente estuda para o concurso, há muito essa ideia do “sangue verde”, quase como um conceito repetido, de que a Defensoria tem a possibilidade de ser um agente de transformação social. E, realmente, é isso, as pessoas que chegam têm que vir com esse sentimento. Porém, é importante não cair na utopia de achar que vamos mudar a sociedade de forma instantânea. A transformação acontece aos poucos, no dia a dia, impactando a vida de uma pessoa de cada vez. E é nesse processo gradual que conseguimos gerar uma transformação social significativa. É necessário estar disposto. Não se pode esperar que sejamos capazes de mudar o mundo todo de uma vez. Mas é fundamental que os novos defensores venham com disposição para fazer a diferença, por menor que seja, mas com comprometimento e humanidade.
Defensoria: Se pudesse resumir sua história na instituição em uma palavra, qual seria?
Francisco: Satisfação.
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